sábado, 24 de julho de 2010

OWL - Open Web Learning

A Associação SoLiSC (http://associacao.solisc.org.br), da qual faço parte, está iniciando um projeto de educação para WEB, chamado OWL - Open Web Learning.

O projeto tem como objetivo oferecer uma abordagem diferenciada para aprendizagem pela WEB: aprendizagem em rede, assíncrona, com conteúdo gerado pelos usuários e com orientação de profissionais de educação para os produtores de conteúdo.

O OWL está listado no site do projeto Drumbeat (https://www.drumbeat.org/project/owl-open-web-learning/), e estamos buscando colaboradores para participar da construção desta idéia.

Alguns aspectos do projeto já são consenso entre os envolvidos até este ponto:

  • O nosso foco é facilitar a aprendizagem, e não o ensino. Pode parecer estranho, mas é uma decisão clara de que temos o aprendiz no papel central, e não a figura de um professor.
  • O OWL não é um projeto de desenvolvimento de software ou de ferramentas de tecnologia. Pode ser que precisemos desenvolver algum software, mas faremos isto como meio para formar uma rede de aprendizes que elaborem e usem material didático.
  • Acreditamos que a melhor forma de aprender na WEB é assíncrona e colaborativa. Não queremos ter cursos na forma tradicional, com turmas e datas de início e fim. Ao invés de colocar a sala de aula na WEB, queremos colocar o recreio lá! Queremos que as pessoas aprendam de forma divertida, e que estudem o que estiverem interessadas em aprender.
  • Um "curso" (um tópico ou ponto de partida para a aprendizagem) é criado por um "facilitador", que insere recursos didáticos e referências como ponto de partida e convida os estudantes a começar a discussão sobre o tópico.
  • Na medida que este tópico evolui, conteúdos e comentários que forem criados pelos aprendizes passam a fazer parte dos recursos didáticos disponíveis.
  • A função principal do facilitador é organizar os recursos didáticos do "curso" e estimular os aprendizes a discutirem e a buscarem novos recursos didáticos.

Para realizar isto tudo, o OWL precisará de formar uma comunidade de facilitadores, e precisará apoiar estes facilitadores com técnicas e ferramentas para produção e organização de material didático.

Queremos, até o SoLiSC 2010 (http://www.solisc.org/), ter o primeiro "curso" on-line para fazer o lançamento oficial do projeto.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Engenharia Educacional?

No site Educação Sem Distância (http://educacaosemdistancia.org.br), Marcond de Marchi faz uma reflexão interessante sobre projeto instrucional para educação a distância. Neste post (http://educacaosemdistancia.org/index.php?mod=discuss&d=18), ele compara o desenvolvimento de conteúdo para educação a distância com o desenvolvimento de software, fazendo um paralelo da evolução da engenharia de software com alguns aspectos da evolução de projeto de conteúdos educacionais.

Apesar de concordar com a essência do post do Marcond, com a necessidade e inevitabilidade de se estabelecer metodologias de projeto instrucional e de tornar este processo um pouco mais previsível, não me sinto confortável com o termo "Engenharia".

Estou entendendo que, ao se falar em Engenharia Educacional, temos que trazer para a educação os conceitos de otimização de produção, de automação, de padronização e uso de componentes intercambiáveis que fizeram da engenharia (não só de software, mas de modo geral) o que ela é hoje. Posso estar exagerando um pouco, mas não vejo estes valores e requisitos, tão úteis para a engenharia, como positivos em si para a educação. Este entendimento, porém, não invalida a necessidade de estabelecimento de técnicas que possibilitem reutilização de "objetos de aprendizagem" e a produção em menor tempo, para se produzir conteúdo educacional em um mercado cada vez mais exigente e imediatista.

Acredito que seja mais saudável caminharmos para uma "Arquitetura Educacional" do que uma "Engenharia Educacional", pois entendo que o foco da engenharia é no aspecto "econômico" da obra, enquanto a arquitetura tem foco no aspecto "humano" do negócio. Vamos, sim, utilizar técnicas e processos para acelerar e tornar mais previsível o projeto educacional, mas sem perder de vista que cada curso é uma obra única, com o foco em um público específico, e que deve ser percebida de confortável, divertida e contextualizada para este público. Em resumo, é uma diferença sutil de percepção do foco do "projetista" educacional: no "instrutor" ou no "aluno". A Engenharia tenderia a focar no instrutor, nos aspectos de praticidade e versatilidade de aplicação do curso nos mais diversos contextos, enquanto a Arquitetura tenderia e focar do aluno, e em como fazê-lo "se sentir em casa" fazendo o curso.

Além disto, voltando mais ao foco do artigo do Marcond, vejo muitos "produtos" de software (em geral, produtos de software livre) feitos "por fora" das metodologias tradicionais de engenharia de software, com a utilização de técnicas colaborativas, em que cada desenvolvedor trabalha "do seu jeito" e o produto final acaba ficando muito bom! Este pessoal (as comunidades de software livre) me parece trabalhar mais com "artesanato" de software do que com "engenharia" de software, e, com isto, consegue resultados excelentes e "exclusivos". Acho que vale uma reflexão neste sentido também para o design instrucional (quem sabe um novo post por aqui?).